Na tarde de 24 de agosto de 2021, cerca de 1.000 indígenas, organizados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), marcharam da Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três Poderes, em Brasília. O ato visava pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeitar a tese do marco temporal e garantir a demarcação de terras indígenas. O movimento, que reuniu representantes de 117 povos, contou com a participação de aproximadamente 6.000 pessoas no acampamento 'Luta Pela Vida'.
A vigília na Praça dos Três Poderes foi um momento de apoio ao Judiciário, onde os indígenas expressaram sua confiança no STF como defensor da Constituição e da democracia. Samara Pataxó, coordenadora jurídica da Apib, destacou a importância do ato em um contexto de ataques ao STF, especialmente por parte do governo de Jair Bolsonaro. O movimento buscava chamar a atenção para a iminente decisão do STF sobre a demarcação de terras, que poderia impactar diretamente os direitos territoriais dos povos indígenas.
O julgamento, que ocorreu em 25 de agosto de 2021, envolveu uma ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ. A decisão do STF, com status de repercussão geral, poderia influenciar todos os processos relacionados à demarcação de terras indígenas no Brasil, estabelecendo um precedente significativo para futuras disputas judiciais e legislativas. A mobilização indígena foi um marco na luta pelos direitos territoriais e pela preservação da cultura indígena no país.