Desde o pico do pós-pandemia, a economia dos Estados Unidos tem gerado debate sobre uma possível recessão, apesar de apresentar sinais de resiliência. Especialistas analisam diversos indicadores econômicos, como o índice de confiança do consumidor e a taxa de juros, para prever a direção do mercado. O comportamento de consumo da população, especialmente em tempos de crise, também é considerado um indicativo importante para essas projeções.
Um exemplo notório é o 'índice do batom', popularizado por Leonard Lauder, CEO da Estée Lauder, que sugere que, em períodos de dificuldades econômicas, as vendas de cosméticos, como batons, tendem a aumentar. Essa teoria foi abordada pela primeira vez no livro de Julie Schor, "The Overspent American", e reflete a busca por pequenos luxos que proporcionam conforto emocional durante crises. Além do batom, outros índices, como o 'Men’s underwear index' e o índice de bainha, também são utilizados para analisar o comportamento do consumidor em relação à economia.
O professor de economia Allan Augusto Gallo Antonio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ressalta que, embora essas associações sejam baseadas em observações empíricas, elas não têm valor estatístico e podem ser consideradas superficiais. Segundo ele, as mudanças nos hábitos de consumo refletem mais o imaginário coletivo em tempos de incerteza do que fundamentos econômicos sólidos. A venda de itens como batons e as tendências de moda podem indicar uma resposta emocional da população diante de crises, mas não necessariamente preveem a saúde econômica do país.