O Ibovespa enfrenta dificuldades para seguir a tendência positiva dos mercados internacionais nesta quinta-feira, 24, devido à falta de avanços nas negociações tarifárias entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto as bolsas europeias e os índices de Nova York se beneficiam de expectativas de acordos tarifários entre os EUA e a União Europeia, o mercado brasileiro permanece cauteloso, especialmente após declarações do presidente Donald Trump sobre tarifas que podem afetar produtos brasileiros.
Na quarta-feira, Trump mencionou que "alguns países com quem não estamos nos dando bem pagarão tarifa de 50%", uma referência que, segundo analistas, pode incluir o Brasil. A expectativa é que as tarifas entrem em vigor em 1º de agosto, o que gera incertezas sobre a economia brasileira. O economista-chefe do BV, Roberto Padovani, destaca que o cenário atual é crítico, com uma desaceleração econômica já em curso e sem um horizonte claro para o segundo semestre.
A arrecadação de impostos no Brasil, que totalizou R$ 234,594 bilhões em junho, apresenta uma alta real de 6,62% em relação ao ano anterior, mas não é suficiente para aliviar as preocupações do mercado. Enquanto isso, o Banco Central Europeu manteve suas taxas de juros inalteradas, e o foco do mercado se volta para os índices de gerentes de compras e os resultados financeiros de grandes empresas de tecnologia, como Tesla e IBM.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros do governo estão buscando alternativas para mitigar os impactos das tarifas, mas as incertezas continuam a afetar o fluxo de capital estrangeiro no Brasil. Especialistas alertam que a concretização das tarifas pode levar a uma desaceleração do comércio global, impactando setores chave da economia brasileira, como mineração e siderurgia.