O cenário econômico e geopolítico mundial enfrenta um aumento significativo de incertezas, conforme alertam bancos centrais e entidades internacionais. A imposição de tarifas unilaterais pelos Estados Unidos reacende tensões que podem remodelar o comércio global, segundo especialistas consultados pelo Poder360. O economista André Mirsky observa que a globalização não está em colapso, mas se torna mais seletiva e regionalizada, refletindo uma mudança de padrão nas relações comerciais.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que a globalização, que historicamente promoveu o aumento da renda e a divisão do trabalho, está sendo afetada pelo aumento de barreiras comerciais e pela imprevisibilidade das políticas globais. O Banco de Compensações Internacionais (BIS) alerta que essas barreiras podem desacelerar o crescimento econômico e aprofundar a fragmentação global, com riscos elevados de recessão se as tensões persistirem.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma desaceleração do PIB global, que deve cair de 3,3% em 2024 para 2,8% em 2025. A situação é corroborada pelo Banco da Inglaterra, que aponta um aumento dos riscos para o crescimento e a inflação, destacando que tarifas mais altas podem ameaçar a estabilidade financeira. Especialistas em Relações Internacionais, como Jhonathan Mattos e Roberto Menezes, concordam que estamos diante de uma realocação de eixos de poder, com a rivalidade entre EUA e China sendo um fator central nesse novo contexto.