As importadoras de suco de laranja Johanna Foods e Johanna Beverage Company protocolaram um pedido de alívio emergencial no Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos contra a tarifa de 50% imposta ao Brasil. O pedido, apresentado na terça-feira, 23, visa evitar a aplicação da taxação que entrará em vigor em 1.º de agosto de 2025, impactando diretamente o mercado de suco de laranja, do qual o Brasil é responsável por mais da metade das vendas nos EUA.
No documento de 160 páginas, as empresas argumentam que a tarifa, implementada pelo presidente Donald Trump, não está respaldada pela Seção 301, que investiga práticas comerciais injustas, nem atende aos requisitos da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional. Elas destacam que a aplicação da tarifa resultará em custos adicionais de US$ 68 milhões nos próximos 12 meses, elevando os preços do produto entre 20% e 25% para os consumidores americanos.
Além disso, o embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio, Philip Fox-Drummond Gough, expressou preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais que interferem nos assuntos internos de outros países. Durante um encontro em Genebra, ele defendeu a necessidade de soluções negociadas e a importância de um sistema multilateral de comércio baseado em regras, alertando sobre os riscos que tarifas arbitrárias representam para a economia global.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, reafirmou seu compromisso em buscar soluções diplomáticas, mas também se preparou para utilizar todos os meios legais disponíveis, incluindo o sistema de solução de controvérsias da OMC, caso as negociações não avancem. O embaixador Gough também incentivou a união das economias em desenvolvimento para defender o sistema comercial multilateral.