O Brasil registrou uma significativa redução nas importações provenientes dos Estados Unidos durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o valor das compras norte-americanas caiu de US$ 51,3 bilhões em 2022 para US$ 40,7 bilhões em 2024, representando uma queda de 20,8%.
Em contraste, as importações brasileiras de países como Rússia e China aumentaram, com a Rússia apresentando um crescimento de 39,6% e a China de 4,8%. Esse movimento pode ser interpretado como uma resposta ao tarifaço imposto pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que afetou as relações comerciais entre os dois países.
Embora as importações dos EUA tenham diminuído, as exportações brasileiras para o país aumentaram, passando de US$ 37,4 bilhões em 2022 para US$ 40,4 bilhões em 2024, uma alta de 7,8%. Especialistas apontam que a guerra na Ucrânia e as sanções contra o diesel russo influenciaram essa dinâmica, tornando o combustível russo mais atrativo para o Brasil, que enfrenta dificuldades para atender sua demanda interna.
Adriano Pires, sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), destacou que a importação de diesel russo passou a representar mais de 60% do consumo brasileiro desde o início do conflito. Ana Mandelli, diretora de downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), complementou que o aumento nas importações de diesel russo já era uma tendência anterior ao governo Lula, refletindo a lógica de oferta e demanda do mercado.