A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou nesta sexta-feira (11) que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros terá um impacto restrito a setores específicos, não afetando significativamente o crescimento da economia brasileira em 2025. As declarações foram feitas no "Boletim Macrofiscal", documento bimestral da pasta.
A equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, destacou que a carta do presidente dos EUA, Donald Trump, que justificou a medida, é de natureza política e gera incertezas no comércio. A SPE apontou que as exportações do Brasil representam cerca de 18% do PIB, com 12% desse total direcionado aos Estados Unidos, predominando produtos básicos como petróleo, ferro e carne bovina.
Além disso, a SPE revisou a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2025, passando de 2,4% para 2,5%, sem considerar os efeitos das novas tarifas. Essa revisão se deve à resiliência do mercado de trabalho e ao desempenho positivo do consumo das famílias, apesar da alta da taxa Selic. O relatório também prevê uma desaceleração do PIB no segundo trimestre de 2025, com crescimento estimado de 0,6% em comparação ao primeiro trimestre.