O setor de petróleo e gás do Brasil deve enfrentar um impacto limitado devido à imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, conforme relatório do BTG Pactual divulgado nesta quarta-feira (10 de julho de 2025). A análise do banco destaca que, apesar do peso político da medida anunciada pelo presidente Donald Trump, a resiliência do mercado internacional de petróleo e o perfil das exportações brasileiras atenuam os efeitos adversos.
Em 2024, as exportações brasileiras de petróleo e derivados para os EUA totalizaram US$ 7,6 bilhões, representando 13,4% das vendas externas do Brasil no setor. O BTG Pactual ressalta que a natureza global do mercado permite que o Brasil redirecione suas exportações para outros destinos, como a Ásia, Europa e Oriente Médio, que demandam petróleo leve, como o produzido no pré-sal.
No que diz respeito à Petrobras, a exposição ao mercado norte-americano é considerada pequena, com apenas 4% das exportações da companhia destinadas aos EUA no primeiro trimestre de 2025. No entanto, o relatório alerta que, caso o Brasil ative uma política de reciprocidade, os distribuidores de combustíveis poderão enfrentar um impacto negativo, uma vez que os EUA são um dos principais fornecedores de diesel ao país.
Além disso, o setor petroquímico é identificado como o mais vulnerável, com um déficit comercial significativo em relação aos produtos petroquímicos importados dos EUA. O BTG Pactual também menciona a incerteza quanto à isenção do petróleo cru nas tarifas, uma vez que a ordem executiva de Trump não foi alterada. A situação permanece em aberto, com potenciais repercussões para o comércio bilateral.