A ilha de Annobón, localizada no Golfo da Guiné e pertencente à Guiné Equatorial, ganhou destaque após um pedido inusitado de seu autoproclamado primeiro-ministro, Orlando Lagar, para se tornar parte da Argentina. A proposta, que inicialmente gerou reações bem-humoradas nas redes sociais argentinas, reflete a grave situação de violações de direitos humanos enfrentadas pela população local, que denuncia um processo sistemático de extermínio e abandono estatal.
Em entrevista à revista Galileu, Lagar destacou a falta de acesso a serviços básicos, como saúde e educação, e a presença de uma política de despovoamento promovida pelo governo guineense. Ele afirmou que a ilha, com uma rica herança cultural lusófona, está sob ocupação militar e enfrenta deportações e modificações demográficas que ameaçam sua identidade.
Desde a autoproclamação de independência em 2022, o movimento anobonense busca visibilidade e apoio internacional, após sucessivos pedidos de ajuda ignorados por países de língua portuguesa. Lagar, que atualmente vive na Espanha, enfatizou que a luta pela autonomia é pacífica e visa garantir um futuro para as novas gerações, enquanto a Guiné Equatorial, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), não tem oferecido suporte efetivo à população anobonense.