O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) apresentou uma valorização de 10,35% no primeiro semestre de 2023, a maior desde 2019, mesmo com a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas. Especialistas destacam que essa performance reflete a resiliência do mercado imobiliário, com investidores se antecipando a possíveis cortes na taxa de juros, o que pode resultar em retornos significativos. Marcos Baroni, head de Fundos Imobiliários da Suno Research, enfatizou a força dos FIIs durante o painel 'Qual o Futuro dos FIIs' na Expert XP 2025.
Baroni atribui a valorização do IFIX ao componente de rendimento dos fundos, que continua atraente mesmo com o Tesouro IPCA oferecendo prêmios superiores a 7,5%. Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP, complementa que o foco deve estar nas taxas futuras, que já caíram de 16% para 14% desde o final do ano passado, facilitando a precificação dos fundos. Ele alerta que investidores que se posicionam antes do início do ciclo de queda da Selic podem obter ganhos expressivos.
Além dos juros altos, o mercado enfrenta incertezas regulatórias e tributárias, incluindo uma proposta de tributação de 5% sobre rendimentos de FIIs a partir de 2026, que ainda está em discussão. Recentemente, o Congresso derrubou um veto que isentou FIIs e Fiagros da incidência do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), trazendo alívio ao setor. Baroni conclui que, mesmo em um cenário desafiador, os fundos continuam a apresentar boa performance e crescimento na base de cotistas.