Uma expedição técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) revelou um fenômeno inédito no estado: a coexistência de desovas de tartarugas marinhas e tartarugas-da-amazônia na comunidade de Araraquara, em Soure, no Arquipélago do Marajó. O levantamento, realizado em uma das áreas mais preservadas do litoral marajoara, visa destacar a importância da região como berçário natural e a necessidade urgente de ações de conservação para essas espécies ameaçadas.
Durante a expedição, a equipe do Ideflor-Bio registrou sinais recentes de desova, além de indícios de predação de ninhos e tartarugas adultas, que representam ameaças à sobrevivência das espécies. As áreas com maior incidência de ninhos foram mapeadas para subsidiar futuras ações de proteção. A bióloga Priscila Fonseca enfatizou a relevância do levantamento, afirmando que é fundamental garantir condições adequadas para os ciclos reprodutivos das tartarugas.
Com os dados coletados, o Ideflor-Bio planeja definir áreas prioritárias para fiscalização e educação ambiental, além de incluir a comunidade local nas estratégias de conservação. O diretor de Gestão da Biodiversidade do instituto, Crisomar Lobato, ressaltou que a conservação dos quelônios é essencial não apenas para a proteção das espécies, mas também para a preservação de uma rede ecológica e cultural que deve ser respeitada e fortalecida.