O Ibovespa apresentou queda nesta sexta-feira, 11, refletindo um cenário internacional cauteloso, marcado por novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A partir de 1º de agosto, Trump aplicará uma taxa de 35% sobre as importações do Canadá, aumentando para 23 o número de países afetados, incluindo o Brasil. A expectativa é que a União Europeia receba sua carta tarifária ainda hoje.
Rodrigo Moliterno, sócio e head de renda variável da Veedha Investimentos, destacou que a reação do Ibovespa e dos ativos brasileiros tem sido moderada, mesmo diante da ameaça de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros vendidos aos EUA, uma vez que o Brasil não está em conflito direto com os Estados Unidos. O índice acumula cinco desvalorizações consecutivas, tendo fechado na quinta-feira em 136.743,26 pontos, uma queda de 0,54%.
A desvalorização do Ibovespa foi parcialmente compensada pela valorização das commodities, com o petróleo subindo cerca de 1,7% e o minério de ferro com alta de 1,8% em Dalian. As ações da Petrobras e Vale apresentaram ganhos, enquanto os papéis de bancos e de outros setores ligados a metais enfrentaram quedas. Moliterno observou que o setor bancário teve um desempenho considerável, mas enfrenta incertezas relacionadas a tarifas e à inflação, que podem impactar a inadimplência.
Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os serviços prestados no Brasil cresceram 0,1% em maio em relação a abril, com um aumento de 3,6% em comparação ao ano anterior. O Ministério da Fazenda revisou suas projeções para o PIB, elevando a expectativa de crescimento de 2,4% para 2,5% e ajustando a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,0% para 4,9%. O Banco Central, por sua vez, reafirmou seu compromisso em controlar a inflação, que atualmente está acima do teto da meta estabelecida.