O Ibovespa, principal índice da B3, registrou alta de 0,72% na manhã desta segunda-feira (21), alcançando 134.335,82 pontos. A valorização foi impulsionada pela alta de 2,08% do minério de ferro em Dalian, na China, e pela recuperação dos índices das bolsas de Nova York, em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil. O mercado também reagiu positivamente a novas projeções mais otimistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme divulgado no boletim Focus.
Por volta das 11h, o Ibovespa chegou a uma máxima de 134.409,46 pontos, após abrir em 133.381,58 pontos. Na última sexta-feira (18), o índice havia fechado em baixa de 1,61%, no menor nível em três meses. O dólar, por sua vez, subiu 0,73%, encerrando o dia a R$ 5,5876. O economista-chefe do BV, Roberto Padovani, destacou que a semana anterior foi marcada por incertezas nos mercados, especialmente em relação a tarifas comerciais dos EUA que afetam o Brasil e o México.
A analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, observou que a alta do Ibovespa e a queda do dólar indicam uma recuperação dos ativos, embora o cenário permaneça volátil devido às tarifas americanas. Sene também comentou que as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxeram um certo alívio ao sugerir a possibilidade de uma solução diplomática para as tarifas. Haddad afirmou que alternativas para mitigar o impacto das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.
O boletim Focus, divulgado hoje, revelou uma desaceleração nas estimativas para o IPCA, com a mediana para 2026 caindo de 4,50% para 4,45%. Essa é a primeira vez que a expectativa fica abaixo do teto da meta desde março. O mercado aguarda também a reunião de política monetária do Federal Reserve, que ocorrerá na próxima semana, em um momento de incerteza global.