O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou a semana com uma queda de 3,59%, acumulando perdas significativas após ter atingido uma máxima histórica de 141 mil pontos na sexta-feira anterior, dia 4. Na sessão desta sexta, 11, o índice oscilou entre 135.528,07 e 136.741,87 pontos, fechando em 136.187,31, uma desvalorização de 0,41%, o menor nível desde 25 de junho. O volume financeiro registrado foi de R$ 19,4 bilhões.
A alta do petróleo, que subiu quase 3%, ajudou a mitigar as perdas do Ibovespa, com ações da Petrobras apresentando ganhos. Vale ON também teve um desempenho positivo, subindo 1,30%, acompanhando a valorização do minério de ferro na China. No entanto, o setor bancário enfrentou um dia negativo, com destaque para a queda de 0,82% das ações do Itaú. Entre as maiores altas do índice, destacaram-se PetroReconcavo (+3,51%) e MRV (+3,05%), enquanto Yduqs (-7,40%) e BRF (-4,35%) lideraram as perdas.
A recente imposição de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos canadenses gerou incertezas no mercado, contribuindo para a quinta queda consecutiva do Ibovespa. Analistas destacam que o Brasil se tornou o país mais tarifado pelos Estados Unidos, o que pode impactar negativamente as empresas com forte exposição ao mercado americano, como Embraer e WEG. As expectativas para o desempenho do índice na próxima semana se dividem entre estabilidade e queda, com 80% dos investidores prevendo um cenário neutro ou negativo.
O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, comentou que as novas tarifas complicam o cenário inflacionário, dificultando a possibilidade de cortes de juros. Em meio a esse ambiente de incerteza, o governo brasileiro busca manter um tom moderado nas negociações bilaterais com os EUA, enquanto o mercado aguarda desdobramentos sobre a situação comercial entre os dois países.