O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abriu o pregão desta segunda-feira, 28, em queda de 0,23%, aos 133.901,70 pontos, refletindo a cautela dos investidores diante da iminente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. A valorização dos índices de ações ocidentais e do petróleo não foi suficiente para impulsionar o mercado, que também enfrenta a pressão do recuo de 1,75% no preço do minério de ferro, que caiu para US$ 109,64 por tonelada em Dalian.
Além disso, o boletim Focus trouxe uma leve desaceleração nas projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 e 2026, que agora são de 5,09% e 4,44%, respectivamente. No entanto, essa redução não deve impactar as expectativas de manutenção da taxa Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira.
Enquanto isso, o governo brasileiro busca um canal de negociação com a administração do presidente Donald Trump, que se recusa a adiar a implementação das novas tarifas. Em contrapartida, houve avanços nas relações comerciais com a União Europeia, que viu suas tarifas reduzidas de 30% para 15%. Analistas apontam que o Brasil pode ser um dos países mais afetados pelo tarifaço, o que reforça a cautela no mercado e a necessidade de medidas de mitigação por parte do governo.
Na mesma semana, o Federal Reserve dos EUA também deve divulgar sua decisão sobre a taxa de juros, enquanto empresas como Telefônica Brasil, Bradesco e Vale apresentam seus resultados financeiros, que poderão influenciar o desempenho do mercado. Na última sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,21%, evidenciando a volatilidade e as incertezas que permeiam o cenário econômico atual.