O Ibovespa Futuro iniciou a quinta-feira (10) em queda, refletindo a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. Às 09h06 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em agosto registrava uma baixa de 0,40%, cotado a 137.245 pontos, após um fechamento anterior em 137.800 pontos, que representou uma queda de 2,44%. No mercado à vista, o Ibovespa caiu 1,31%, enquanto o dólar comercial subiu 1,06%, alcançando R$ 5,50.
Analistas do JPMorgan consideraram o anúncio de Trump um "balde de água fria" para o mercado acionário brasileiro, que vinha experimentando um fluxo positivo de capital estrangeiro. A corretora Ativa Investimentos alertou que a medida pode pressionar os ativos de renda variável, especialmente aqueles voltados para exportação, aumentando a aversão ao risco e a volatilidade no mercado local.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à medida em nota oficial, afirmando que o Brasil não aceitará ser tutelado e que qualquer ação unilateral será respondida com reciprocidade. A atenção do mercado se volta agora para uma entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, programada para as 10h, onde ele deve abordar as implicações econômicas da tarifa e outras questões fiscais, incluindo a recente alteração nas alíquotas do IOF, que ainda gera controvérsia no Congresso. Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,24% em junho, ligeiramente acima das expectativas.