No dia 4 de julho, o Ibovespa alcançou seu recorde histórico de fechamento, superando os 141 mil pontos. Desde então, o índice da Bolsa brasileira acumula uma sequência de sete quedas consecutivas, a maior desde agosto de 2023, com uma desvalorização total de 4,3% até o fechamento da véspera. Nesta quarta-feira, o mercado apresentou volatilidade, alternando entre leves ganhos e perdas, enquanto os investidores aguardam novas informações sobre tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
As expectativas em torno das tarifas, que devem ser reveladas até o dia 9 de julho, geraram incertezas no mercado, especialmente após Trump sinalizar uma possível tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, um valor muito acima das previsões mais pessimistas. A tensão aumentou após o discurso do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cúpula dos BRICS, onde ele defendeu a busca de alternativas ao dólar nas transações comerciais.
Na noite do dia 6 de julho, Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% para países que se alinharem a políticas consideradas antiamericanas, sem fornecer detalhes. Três dias depois, a confirmação das tarifas elevou as preocupações entre os investidores, que já estavam cautelosos após um primeiro semestre positivo para o Ibovespa, que registrou alta de 15,44%.
A consultoria LCA Consultores observou que, imediatamente após o anúncio, os mercados reagiram negativamente, com aumento nas taxas de juros de longo prazo e na cotação do dólar. Contudo, a intensidade da reação diminuiu rapidamente, em parte devido à incerteza sobre a legalidade das tarifas. A consultoria acredita que a economia brasileira pode mitigar os impactos do aumento tarifário, dado que as exportações representam uma fração relativamente pequena do PIB e a participação dos EUA nas receitas de exportação é inferior à de outros países, como México e Canadá.