O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou uma queda de 4,17% em julho, marcando sua maior perda mensal desde dezembro de 2022. O desempenho negativo foi impulsionado por crescentes tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que culminaram em um aumento significativo nas tarifas impostas pelo governo americano. A queda interrompeu uma sequência positiva que se estendia de março a junho deste ano.
No início do mês, o Ibovespa superou os 141 mil pontos, impulsionado por um fluxo estrangeiro robusto e expectativas otimistas em relação a cortes de juros e as eleições de 2026. Entretanto, a situação se deteriorou rapidamente após o anúncio de tarifas de 50% por parte do presidente dos EUA, Donald Trump, em resposta a declarações do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu alternativas ao uso do dólar nas transações comerciais entre os países do BRICS.
As tensões aumentaram com a revelação de tarifas adicionais e a promessa de negociações comerciais, que foram inicialmente programadas para o dia 1 de agosto. A incerteza gerou volatilidade no mercado, e mesmo com a exclusão de alguns produtos brasileiros das tarifas, como aeronaves, o Ibovespa não conseguiu se recuperar, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário econômico internacional.
A situação continua a ser monitorada de perto, com o mercado atento a novas declarações de autoridades e possíveis impactos nas relações comerciais entre Brasil e EUA, além das repercussões nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).