O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, encerrou o dia em queda de 1,15%, atingindo 133.807,59 pontos nesta quinta-feira, 27 de julho. A desvalorização é atribuída às preocupações com as tarifas comerciais de 50% que os Estados Unidos devem implementar a partir de 1º de agosto, afetando mais de 10 mil empresas brasileiras. As ações das gigantes WEG e Embraer figuraram entre as maiores perdas do dia.
Durante o pregão, o índice oscilou entre 133.647,84 pontos na mínima e 135.362,58 pontos na máxima, com um volume financeiro de R$15,66 bilhões, significativamente abaixo da média diária de R$21,2 bilhões. O analista Arthur Barbosa, da Aware Investments, destacou que a falta de um acordo e a manutenção das tarifas elevadas aumentaram a incerteza no mercado, levando investidores a anteciparem uma desaceleração econômica no segundo semestre.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo está desenvolvendo um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas, incluindo a criação de linhas de crédito. Haddad ressaltou que a situação é crítica, uma vez que 13 estados brasileiros têm os EUA como um dos principais destinos de suas exportações. O governo também tem buscado diálogo com autoridades norte-americanas, mas enfrenta dificuldades para estabelecer contato com o alto escalão da administração Trump.
A queda do Ibovespa ocorre após um período de alta, onde o índice havia alcançado máximas históricas, superando os 141 mil pontos no início do mês. A iminente taxação tem gerado um clima de aversão a ativos de risco, levando investidores a realizarem lucros e se prepararem para possíveis correções no mercado devido à crescente tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.