O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrenta um dilema político ao considerar pautar antes do recesso parlamentar um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Seus aliados têm recomendado cautela em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator de uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) crucial para o Congresso, relacionada ao aumento do IOF.
Na última sexta-feira, 4, Moraes suspendeu os efeitos de decretos que alteravam o imposto, uma decisão que foi vista como uma tentativa de mediar o impasse sem prejudicar o trabalho da Câmara. Motta, em suas redes sociais, elogiou a decisão do ministro, afirmando que ela está alinhada com o desejo da maioria do plenário e da sociedade, e reafirmou o compromisso com o diálogo institucional.
A decisão de Moraes impacta diretamente o orçamento federal e os planos da equipe econômica do governo Lula, que esperava aumentar a arrecadação com o novo imposto. No entanto, parlamentares questionam a legalidade da medida, argumentando que ela foi tomada sem a devida apreciação legislativa.
Além disso, Motta enfrenta pressão de parlamentares da base bolsonarista para avançar com a proposta de anistia, que encontra resistência significativa tanto no Congresso quanto na sociedade civil. Assessores alertam que a aprovação do projeto sem um alinhamento prévio com o Judiciário poderia agravar as tensões institucionais e prejudicar outras agendas legislativas em andamento.