O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta sexta-feira (4) que a possibilidade de cortes em emendas parlamentares está sendo considerada nas negociações para o ajuste fiscal do governo. Em entrevista à GloboNews, Motta enfatizou que essa medida é parte de um esforço legítimo para assegurar a responsabilidade fiscal, mas alertou que o assunto não deve ser abordado com uma perspectiva moralista ou punitiva.
Motta, que destacou a importância das emendas parlamentares, que totalizam cerca de R$ 50 bilhões no orçamento deste ano, apontou que a liberação desses recursos tem ocorrido de forma lenta, gerando descontentamento entre os membros do Congresso. Ele defendeu que qualquer decisão sobre cortes deve ser resultado de consenso e diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo.
O presidente da Câmara também criticou a criminalização das emendas, ressaltando o risco de associar esses recursos a pagamentos pessoais de parlamentares. Além disso, condenou a prática de condicionar a liberação das emendas à votação de projetos específicos, afirmando que tal atitude compromete a independência do Parlamento. O debate sobre o ajuste fiscal ocorre em um contexto de tensão entre o governo e o Congresso, que busca evitar um rombo nas contas públicas em 2025.