O Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, localizado em Cruzeiro do Sul, Acre, enfrenta sérias acusações de obstrução de fiscalização por parte do Conselho Regional de Enfermagem do Acre (Coren-AC). Na última quinta-feira (17), a direção da unidade negou acesso aos prontuários de duas pacientes, uma delas a recém-nascida Aurora Maria, que sofreu queimaduras graves durante um banho, e outra que faleceu após complicações no parto. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) refuta as alegações de obstrução.
O presidente do Coren, deputado Adailton Cruz (PSB), determinou uma investigação após o incidente com Aurora e enviou uma equipe de fiscalização ao hospital na segunda-feira (14). Durante a visita, o Coren solicitou acesso aos prontuários, mas a Coordenação Regional de Saúde do Juruá e Tarauacá/Envira negou o pedido, alegando que o acesso só poderia ser concedido com autorização escrita dos pacientes ou por decisão judicial.
Diante da negativa, o Coren acionou a Polícia Federal para obter apoio na nova tentativa de acesso aos documentos, mas novamente se deparou com a recusa da direção do hospital. O Coren, que possui autonomia legal para zelar pelo exercício profissional e proteger a sociedade de possíveis negligências, já tomou medidas administrativas e planeja encaminhar uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) para investigar a situação. O conselho também busca uma decisão liminar para garantir o acesso às informações necessárias para a apuração dos casos.