A polícia de segurança nacional de Hong Kong anunciou, neste sábado, mandados de prisão para 19 ativistas que estão sediados fora do país, marcando o maior número de prisões desse tipo até o momento. Os indivíduos são acusados de subversão sob a rigorosa lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020, após intensos protestos pró-democracia em 2019. As autoridades alegam que os acusados organizaram ou participaram do "Parlamento de Hong Kong", um grupo que teria como objetivo subverter o poder do Estado.
Entre os ativistas citados estão o empresário Elmer Yuen, o comentarista Victor Ho e os ativistas Johnny Fok e Tony Choi, sendo que quatro deles já enfrentam mandados de prisão anteriores, cada um com uma recompensa de US$ 127.000. Para os outros 15, a polícia oferece uma recompensa de US$ 25.480. A investigação ainda está em andamento e novas prisões podem ser realizadas, segundo a polícia.
A medida gerou condenações internacionais, incluindo do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que criticou a tentativa de Hong Kong de aplicar suas leis de segurança nacional em solo americano. Os secretários de Relações Exteriores e do Interior do Reino Unido também se manifestaram, descrevendo a ação como um exemplo de repressão transnacional que prejudica a reputação internacional de Hong Kong. Em resposta, a embaixada chinesa no Reino Unido acusou o governo britânico de interferência nos assuntos internos da China.
Desde a devolução de Hong Kong à China em 1997, a cidade deveria manter um alto grau de autonomia, incluindo liberdade de expressão, de acordo com a fórmula "um país, dois sistemas". No entanto, críticos da lei de segurança nacional afirmam que ela é utilizada para silenciar a dissidência, enquanto as autoridades defendem que a legislação é essencial para restaurar a estabilidade na região.