Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concedeu uma entrevista à BBC News Brasil, na qual analisou a recente inclusão do sistema de pagamentos PIX na investigação comercial aberta pelo governo dos Estados Unidos. O anúncio foi feito na terça-feira (15), após o presidente Donald Trump impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. Meirelles destacou que a eficiência do PIX, lançado em novembro de 2020, representa uma concorrência direta para gigantes como Google e Apple.
Meirelles, que presidiu o Banco Central entre 2003 e 2011, classificou o sistema brasileiro como "rápido e eficiente", afirmando que supera o sistema de pagamentos americano. Ele argumentou que as alegações dos EUA sobre práticas desleais do Brasil, que supostamente favorecem países como México e Índia, não se sustentam. "O Brasil faz taxações generalizadas para proteger determinados mercados, mas não vejo benefício específico para alguns países", afirmou.
O ex-ministro também sugeriu que o governo brasileiro deve considerar a revisão da tarifa imposta por Trump e, se necessário, abrir mão de algumas taxas atuais contra os EUA. Ele enfatizou que as decisões judiciais, como as relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao Supremo Tribunal Federal, são "inegociáveis". Meirelles concluiu defendendo a busca por novos mercados, especialmente com a China, para proteger a economia brasileira.