O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi orquestrada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao portal Barão de Itararé, Haddad afirmou que a medida carece de fundamentos econômicos e é uma manobra política com o intuito de beneficiar Bolsonaro em meio a processos judiciais em curso.
Haddad classificou a tarifa como uma "agressão inaceitável" e destacou que a decisão foi gestada no Brasil, com apoio da extrema direita. Ele citou declarações do deputado Eduardo Bolsonaro, que teria condicionado a melhora da situação a um perdão ao ex-presidente, como evidência dessa articulação. O ministro ressaltou que a relação comercial entre Brasil e EUA é deficitária há 15 anos, acumulando um saldo negativo superior a US$ 400 bilhões.
O ministro também criticou a estratégia bolsonarista, chamando-a de "tiro no pé", especialmente por impactar o estado de São Paulo, maior exportador de produtos afetados pela tarifa, como suco de laranja e aviões da Embraer. Apesar das dificuldades, Haddad expressou confiança na capacidade da diplomacia brasileira em reverter a situação e enfatizou a importância do diálogo entre os dois países, independentemente das divergências políticas.
"Foi um dia ruim, mas vamos superar por meio da nossa diplomacia", concluiu Haddad, ressaltando a relação histórica entre Brasil e Estados Unidos e a necessidade de não comprometer laços por ações unilaterais.