O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que as negociações com os Estados Unidos seguirão em andamento, mesmo com a iminente implementação do tarifaço, que começará nesta sexta-feira (1º). Durante coletiva na sede do Ministério da Fazenda, Haddad destacou que o vice-presidente Geraldo Alckmin mantém comunicação ativa com autoridades americanas, e que as conversas estão progredindo. "Essa decisão não significa o fim das negociações, mas sim o início de um diálogo", declarou.
O tarifaço, anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prevê a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre as importações brasileiras. Haddad ressaltou que as tensões atuais são artificiais e provocadas por interesses internos, e que a expectativa é de que a racionalidade prevaleça nas discussões futuras. Ele também mencionou que está buscando contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que está ocupado com compromissos na Europa.
Trump justificou a aplicação das tarifas em uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que a medida visa pressionar países a abrirem seus mercados. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas entrarão em vigor sem prorrogações. Haddad também comentou sobre a possibilidade de um plano de apoio a empresas e trabalhadores afetados, mas ressaltou que a decisão final cabe ao presidente Lula. A Câmara Americana de Comércio estima que cerca de 10 mil empresas brasileiras podem ser impactadas pelas novas tarifas.