O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (19) que o governo brasileiro não está considerando retaliações contra os Estados Unidos em resposta à tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em uma publicação nas redes sociais, Haddad esclareceu que a adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre dividendos não está em pauta.
A declaração do ministro surge após uma semana marcada por intensas pressões diplomáticas e reações políticas ao chamado 'tarifaço de Trump', anunciado em 9 de julho. Trump justificou a tarifa alegando motivos políticos, criticando o tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal.
Apesar da retórica agressiva do presidente americano, o governo brasileiro tem optado por evitar confrontos diretos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a soberania do Brasil e a disposição para o diálogo com os EUA. Uma nova carta, assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressou indignação com a tarifa e solicitou uma resposta a uma mensagem anterior enviada em maio, sem retorno até o momento.
O governo também avalia a possibilidade de acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite impor medidas semelhantes contra países que adotem sanções unilaterais. Lula indicou que essa ação poderá ser tomada a partir de 1º de agosto, caso não haja uma solução para a questão.