O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (18) que o governo brasileiro não planeja implementar medidas mais rígidas de controle sobre os dividendos de multinacionais americanas como forma de retaliação às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrarão em vigor em 1º de agosto. A declaração foi feita em resposta a especulações sobre a possibilidade de uma maior fiscalização das remessas de dividendos, que estaria sendo considerada nas negociações bilaterais.
Apesar da negativa de Haddad, fontes próximas ao governo indicam que há divergências no comitê interministerial responsável pelas tratativas. Enquanto alguns integrantes acreditam que não se deve punir empresas por decisões políticas, outros defendem uma postura mais firme em defesa da soberania nacional, especialmente após a recente operação da Polícia Federal que resultou na imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena o comitê, enfatizou que a separação dos Poderes é fundamental e que questões políticas não devem interferir nas negociações comerciais. Alckmin reiterou que o governo está atento às possíveis consequências das ações dos EUA e que a defesa da soberania brasileira será uma prioridade nas discussões futuras.