Em entrevista ao Estadão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou sua preocupação com a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos, que entrará em vigor em 1º de agosto. Haddad argumentou que essa medida não faz sentido econômico, pois encarecerá produtos básicos como suco, café e carne, afetando diretamente o custo de vida dos americanos. O ministro também questionou a lógica por trás da investigação comercial dos EUA, que inclui temas como desmatamento e o sistema de pagamentos brasileiro, o Pix.
Haddad ressaltou que o governo brasileiro está aberto a negociações antes da implementação da tarifa e criticou a falta de resposta à proposta anterior de taxação de 10%. Ele destacou que, durante reuniões com autoridades americanas, havia espaço para um entendimento, o que torna a nova tarifa ainda mais incompreensível. O ministro também defendeu o Pix como uma inovação que poderia ser adotada pelos EUA, ao invés de ser alvo de críticas.
Além disso, Haddad comentou sobre a relação com o Congresso e a necessidade de apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta, para a aprovação de um projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil. O ministro enfatizou que essa reforma poderia ser uma importante conquista para o atual presidente da Câmara, assim como as reformas anteriores foram para seus antecessores. A expectativa é que o diálogo entre os poderes contribua para a estabilidade econômica do país.