Em entrevista ao Estadão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou sua preocupação com a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que entrará em vigor em 1º de agosto. Haddad argumentou que essa medida "não faz sentido econômico" e questionou a lógica de taxar produtos como suco, café e carne, que encareceriam o custo de vida dos americanos. O ministro acredita que haverá espaço para negociação antes da implementação da tarifa.
Haddad também se manifestou sobre as investigações comerciais dos EUA que envolvem temas como desmatamento e o sistema de pagamentos brasileiro, o Pix. Ele criticou a falta de clareza sobre os motivos por trás dessas investigações e questionou a lógica de incomodar-se com o Pix, uma inovação brasileira, enquanto não há preocupações com criptomoedas. O ministro sugeriu que os EUA deveriam adotar o modelo do Pix, que poderia beneficiar a economia.
Em relação à agenda econômica no Brasil, Haddad espera que o presidente da Câmara, Hugo Motta, apoie a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. O ministro destacou a importância de reformas econômicas e a necessidade de um diálogo produtivo com o Congresso, lembrando que os últimos presidentes da Câmara lideraram reformas significativas. Ele enfatizou que a reforma da renda poderia ser uma oportunidade para Motta se destacar em sua gestão.