O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou nesta quinta-feira (10) sua desaprovação em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre produtos brasileiros em 50%. Em entrevista ao programa 'Barão Entrevista', Haddad afirmou que a medida carece de 'racionalidade econômica' e é, na verdade, uma decisão política. Segundo ele, o Brasil acumulou um déficit de mais de US$ 400 bilhões em bens e serviços com os EUA nos últimos 15 anos, o que reforça sua posição de que a decisão de Trump não se justifica economicamente.
Haddad também responsabilizou a família do ex-presidente Jair Bolsonaro por contribuir para essa decisão, citando declarações públicas de Eduardo Bolsonaro que sugerem um possível perdão por parte dos EUA. O ministro criticou ainda o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, insinuando que ele se comporta como um 'vassalo' ao invés de um líder autônomo. 'Não há espaço no Brasil para vassalagem', enfatizou Haddad, referindo-se à necessidade de o país manter sua soberania.
Além das tarifas, Haddad abordou as ameaças de Trump ao bloco Brics, destacando que o Brasil está diversificando suas parcerias internacionais e não se alinha a nenhum bloco específico. O ministro reafirmou a disposição do governo brasileiro em manter relações respeitosas com os EUA, mas ressaltou a importância de discutir acordos que beneficiem ambas as nações. Por fim, Haddad mencionou a necessidade de melhorar a comunicação do governo com a população para combater a desinformação e fortalecer a compreensão das políticas públicas em vigor.