O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elevou o tom em resposta à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, publicada na quarta-feira (16), Haddad classificou como "inversão de valores" a tentativa da família Bolsonaro de se apresentar como mediadora na crise comercial com os EUA.
Haddad destacou que o apoio explícito de Trump a Jair Bolsonaro, mencionado na carta que anuncia as novas tarifas, não deve ser tratado como um assunto pessoal. "Vamos sacrificar o Brasil por causa do Bolsonaro? Ele que devia estar se sacrificando pelo Brasil", afirmou o ministro, enfatizando que a situação atual coloca o país em uma posição vulnerável.
O ministro também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por se alinhar a Bolsonaro durante a crise. Para Haddad, o comportamento de Tarcísio é "indigno" e ressaltou que a negociação com os EUA deve ser conduzida exclusivamente pelo governo federal, rejeitando tentativas paralelas de interlocução, como a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
Além disso, Haddad provocou o deputado Nikolas Ferreira, mencionando que a tarifa de Trump poderia concretizar o desejo do parlamentar de taxar o Pix. O ministro também se referiu à "família do mal", em alusão ao clã Bolsonaro, afirmando que nenhum de seus membros tem contribuído para mitigar os danos da crise, destacando a gravidade da situação enfrentada pelo Brasil.