O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a situação das apostas no Brasil se configura como um "problema de saúde pública" e uma "praga" que resulta em perdas financeiras significativas para os apostadores. Durante uma entrevista ao canal Nath Finanças, na noite de terça-feira (22), Haddad destacou a necessidade de conscientizar a população sobre os riscos associados às apostas, que, segundo ele, representam "o caminho do fracasso". O ministro também anunciou que apresentará um balanço ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o mercado regulado de apostas, que foi implementado em janeiro deste ano.
Haddad mencionou que o Brasil enfrenta uma perda anual de R$ 40 bilhões, referente à diferença entre os valores depositados e os prêmios pagos. Ele responsabilizou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro pela situação atual, afirmando que o governo anterior deixou um "caos" e que o país perdeu uma quantia significativa de impostos que poderiam ter sido arrecadados das apostas. "Esse dinheiro foi enviado para fora do Brasil", declarou o ministro.
Em resposta às declarações de Haddad, a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) expressou surpresa e consternação. A entidade ressaltou que as críticas do ministro se referem principalmente às apostas ilegais, que operam sem autorização. A ANJL também alertou que a proibição de publicidade para casas de apostas legais poderia levar ao aumento de sites ilegais, dificultando a distinção entre apostas regulamentadas e não regulamentadas. A associação concordou com a necessidade de tratar a ludopatia como um problema de saúde pública, mas enfatizou que o setor regulamentado já destina parte de seus impostos para a saúde.