O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que o governo brasileiro não está considerando, por enquanto, a imposição de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, após o anúncio de Donald Trump de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. Haddad enfatizou a importância de buscar uma solução diplomática para evitar a implementação da medida, que entrará em vigor em agosto.
Trump justificou a tarifa alegando descontentamento com o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo governo brasileiro. Em resposta, Haddad destacou que a medida não se justifica economicamente, uma vez que os Estados Unidos têm mantido um superávit comercial com o Brasil desde 2009, totalizando mais de US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos.
O ministro ressaltou que a sobretaxação afetará principalmente o agronegócio e a indústria paulista, mas reiterou que o objetivo do governo é manter boas relações com os EUA. Haddad também mencionou que um grupo de trabalho está avaliando a Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada em abril, que pode ser utilizada como resposta às tarifas.
Haddad criticou a medida de Trump como ideológica e contraproducente, afirmando que desrespeita a longa tradição diplomática entre os dois países. Ele ainda pediu uma desmobilização dos setores extremistas que atacam a soberania nacional, citando o deputado Eduardo Bolsonaro como exemplo de envolvimento em ações que prejudicam o Brasil no cenário internacional.