O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que as exportações brasileiras para os Estados Unidos podem ser redirecionadas, mas alertou que a restauração da cadeia produtiva levará tempo. Em entrevista à Rádio CBN, Haddad destacou que muitos produtos são vendidos sob demanda no mercado americano, dificultando a busca por novos compradores. "O Brasil não pode perder racionalidade na conversa com os EUA", enfatizou.
Haddad também comentou sobre as tarifas de 50% que entrarão em vigor em dez dias sobre produtos brasileiros, afirmando que o governo está avaliando diferentes cenários para mitigar os impactos. "Ninguém deseja que tarifas perdurem", disse o ministro, ressaltando que a diplomacia é a principal estratégia do Brasil neste momento, com contatos ativos com autoridades americanas.
O ministro argumentou que o Brasil enfrenta déficits comerciais com os Estados Unidos, tanto em bens quanto em serviços, e que não faz sentido os EUA se incomodarem com a relação comercial. "Os EUA têm renda per capita muito maior", observou Haddad, defendendo uma abordagem baseada na lógica econômica.
Por fim, ele refutou críticas sobre uma suposta falta de comunicação entre os países, afirmando que o presidente Lula mantém boas relações com diversos líderes globais. "Lula é um dos poucos líderes do mundo com portas abertas em todos os países", concluiu o ministro.