A guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado movimentações significativas no mercado global de câmbio, refletindo uma desvalorização do dólar e uma valorização do euro. Nos últimos meses, o dólar caiu mais de 10%, enquanto o euro registrou uma alta de 1,2%, alterando a dinâmica de cotação entre essas moedas em relação ao real. Especialistas apontam que a queda do dólar é resultado da perda de confiança no padrão monetário americano, conforme explica Marcelo Kfoury, professor de economia da FGV EESP.
A análise das cotações revela que, embora tanto o euro quanto o real tenham se valorizado em relação ao dólar, o euro teve um desempenho ligeiramente superior, tornando-se mais caro para os brasileiros. A última vez que essa disparidade foi tão acentuada ocorreu em 2021, antes de um período em que o euro perdeu valor devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Economistas alertam que a incerteza gerada pela administração de Trump tem contribuído para a volatilidade do dólar, com a moeda americana perdendo força em 24 das 27 principais economias do mundo nos primeiros meses de seu governo. Roberto Dumas, professor de economia do Insper, destaca que essa incerteza leva investidores a buscar ativos mais estáveis, como o euro. Embora não se preveja a substituição do dólar como moeda dominante, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, sugere que o euro pode ganhar destaque global em um cenário de desvalorização do dólar e crescente união entre os países da zona do euro.