Economistas brasileiros expressam preocupações sobre os impactos da guerra tarifária iniciada por Donald Trump, prevista para começar em 1º de agosto. A especialista Zeina Latif, da Gibraltar Consulting, destaca que a incerteza faz com que setores sensíveis aguardem decisões de investimento até que a situação se torne mais clara. A possibilidade de alta no dólar pode pressionar a inflação e atrasar a redução da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.
André Perfeito, economista, aponta que a economia brasileira, embora menos dependente do mercado americano em comparação a países como Canadá e Japão, pode enfrentar uma redução no PIB de até 0,5% devido ao impacto nas cadeias produtivas. No entanto, Latif acredita que os efeitos das tarifas não terão um impacto macroeconômico significativo, afetando mais empresas que destinam uma parte considerável de seus produtos aos Estados Unidos.
Os especialistas sugerem que o Brasil busque diversificar suas parcerias comerciais, aumentando relações com países do Brics e do Mercosul como forma de mitigar os riscos associados à guerra tarifária. A incerteza sobre investimentos americanos no Brasil, que é o principal investidor estrangeiro no país, pode levar a uma suspensão de novos projetos, segundo Latif.