No Monte Everest, a figura conhecida como 'Green Boots' se tornou um macabro ponto de referência para alpinistas que tentam alcançar o cume da montanha. O corpo, que se acredita ser do indiano Tsewang Paljor, está localizado a cerca de 8.500 metros de altitude, na temida 'zona da morte', onde as condições extremas comprometem a sobrevivência. Paljor desapareceu em 1996 durante uma tempestade que resultou em várias fatalidades na região.
O apelido 'Green Boots' se deve às suas botas de escalada de cor verde, que permanecem visíveis mesmo sob camadas de gelo. Embora o corpo tenha sido parcialmente removido em 2014 pelas autoridades chinesas, relatos indicam que ele foi avistado novamente nos últimos anos, coberto por pedras, mas ainda na mesma área.
Montanhistas brasileiros, como Rosier Alexandre, compartilham suas experiências ao se deparar com corpos durante as escaladas. Alexandre destaca a necessidade de força mental para lidar com a realidade de que aqueles que não conseguiram completar a jornada tinham sonhos semelhantes aos seus. A médica e documentarista Karina Oliani também enfatiza a importância de respeitar a memória dos que perderam a vida na montanha, alertando sobre os perigos da escalada e a necessidade de preparação adequada.
A figura de Green Boots transcende o montanhismo, tornando-se parte de uma narrativa folclórica sobre o Everest. Para muitos alpinistas, a presença do corpo serve como um lembrete sombrio dos riscos envolvidos na escalada, reforçando a necessidade de um treinamento rigoroso e respeito pelas vidas perdidas na busca por conquistar o pico mais alto do mundo.