Um projeto inovador de graffiti sensorial foi inaugurado no Instituto Jundiaiense Luiz Braille, em Jundiaí, São Paulo, com o objetivo de tornar a arte acessível a pessoas cegas ou com deficiência visual. O artista André Fernandes de Oliveira, conhecido como 'O Estranho', utilizou impressão 3D para criar texturas em um mural, permitindo que a obra possa ser tocada e interpretada por todos. A iniciativa, chamada 'Graffiti Pra Cego Ver', é apoiada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) e busca promover a inclusão através da arte.
As peças impressas em 3D foram montadas em um painel que, após a instalação, recebeu a pintura tradicional do artista. O projeto foi desenvolvido por uma produtora inclusiva, composta por profissionais com diferentes deficiências, e já realizou murais sensoriais em locais icônicos de São Paulo, como o Beco do Batman. A proposta visa transformar a arte de rua em uma experiência multissensorial, utilizando texturas, inscrições em braille e QR codes que oferecem descrições em áudio.
Gilson Modesto, psicólogo do Instituto Luiz Braille e cego, elogiou a iniciativa, destacando que a obra representa um presente para pessoas com deficiência visual. Ele ressaltou a importância do Braille e da inclusão, afirmando que a arte proporciona liberdade e autonomia aos assistidos. José Carlos de Lima, presidente do instituto, complementou que a obra ajuda nas terapias de reabilitação, aproximando a arte dos assistidos.
André, que começou sua carreira artística em São Paulo, encontrou em Jundiaí um espaço para desenvolver suas habilidades e expressar sua arte de forma inovadora. O projeto não apenas enriquece o cenário cultural da cidade, mas também reforça a importância da acessibilidade na arte, promovendo um ambiente mais inclusivo para todos.