O governo de Donald Trump anunciou nesta segunda-feira, 21, a liberação de aproximadamente 230 mil páginas de documentos da vigilância do FBI sobre Martin Luther King Jr., apesar da oposição da família do ativista e da Conferência da Liderança Cristã do Sul. Os registros, que estavam sob sigilo desde 1977, foram entregues à Administração Nacional de Arquivos e Registros e incluem informações sobre o assassinato de King, ocorrido em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee.
A família de King, representada por seus filhos Martin III e Bernice, foi notificada previamente sobre a divulgação e teve acesso aos documentos para revisão. Em uma postagem nas redes sociais, a Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, destacou que os arquivos contêm detalhes sobre possíveis pistas no caso e informações de um ex-companheiro de cela de James Earl Ray, que se declarou culpado pelo assassinato, mas posteriormente manteve sua inocência até sua morte em 1998.
Os filhos de King criticaram a operação do FBI, classificando-a como “invasiva e perturbadora”, e afirmaram que o objetivo era desacreditar e destruir tanto o ativista quanto o movimento dos direitos civis. A Conferência da Liderança Cristã do Sul também se opôs à liberação, alegando que o FBI monitorou ilegalmente King e outros líderes do movimento.
A divulgação dos registros ocorre em um contexto de críticas ao governo Trump, especialmente em relação à sua gestão de arquivos de casos sensíveis, como o de Jeffrey Epstein. O influente reverendo Al Sharpton sugeriu que a liberação dos documentos sobre King serve como uma distração para questões mais controversas enfrentadas pelo presidente. Enquanto isso, acadêmicos e jornalistas se preparam para analisar os novos dados em busca de informações sobre o assassinato de King.