O governo do ex-presidente Donald Trump encerrou mais da metade do financiamento federal destinado a programas de prevenção à violência armada nos Estados Unidos, resultando em um corte de US$ 158 milhões em subsídios. As cidades mais afetadas incluem Nova York, Los Angeles, Chicago, Washington DC e Baltimore. A decisão foi tomada em abril, conforme dados do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) analisados pela Reuters.
Dos 145 subsídios de intervenção comunitária contra a violência (CVI), que totalizavam mais de US$ 300 milhões, 69 foram abruptamente encerrados. Essa eliminação faz parte de uma reavaliação mais ampla no Escritório de Programas de Justiça, que também cancelou 365 subsídios avaliados em US$ 811 milhões, afetando diversos programas de segurança pública e serviços às vítimas.
Uma autoridade do DOJ justificou os cortes afirmando que os subsídios não estavam mais alinhados com as metas do programa ou as prioridades da agência. A maioria dos subsídios do CVI havia sido financiada pela Lei Bipartidária de Comunidades Mais Seguras de 2022, uma iniciativa do ex-presidente Joe Biden para combater o aumento da violência armada, que incluiu a criação do primeiro Escritório da Casa Branca para Prevenção da Violência Armada, desmantelado no início do governo Trump.
Especialistas alertam que a redução do financiamento compromete a eficácia de programas que visam prevenir tiroteios, como treinamento de equipes para mediação de conflitos e apoio a vítimas de violência armada. Dados do Gun Violence Archive indicam que as mortes por violência armada nos EUA aumentaram mais de 50% entre 2015 e 2021, embora tenham diminuído desde então, com 16.725 mortes registradas em 2024, refletindo uma tendência mais alinhada ao período anterior à pandemia.