O governo federal avalia a possibilidade de modificar a meta fiscal para 2026, que atualmente prevê um superávit de 0,25% do PIB, equivalente a cerca de R$ 31 bilhões. A medida surge em meio a tensões com o Congresso Nacional, após a derrubada do IOF e o veto ao aumento do número de deputados. Especialistas acreditam que a mudança visa facilitar a liberação de despesas em um ano eleitoral, onde as restrições orçamentárias são mais críticas.
A equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não descartou a proposta, embora o Tesouro Nacional não tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto. Analistas apontam que, sem apoio legislativo para aprovar ajustes necessários, a alteração da meta fiscal se torna uma alternativa viável para o governo, que enfrenta um cenário desafiador para atingir suas metas financeiras.
Além da meta fiscal, o governo também enfrenta limitações impostas pelo arcabouço fiscal, que restringe o crescimento das despesas a 2,5% acima da inflação. A mudança na meta não seria uma novidade, já que o governo já adotou essa estratégia em 2024, reduzindo as metas para facilitar novos gastos públicos. Especialistas alertam que, se a alteração ocorrer, pode trazer alívio temporário, mas também aumentará a pressão sobre a dívida pública.
Economistas como Luis Otávio Leal e Felipe Salto destacam que 2026 será um ano de grandes desafios, com a compressão de gastos em diversas áreas, incluindo investimentos e programas sociais. A expectativa é de que o governo busque ganhar tempo antes de qualquer decisão sobre a alteração da meta fiscal, avaliando o cenário econômico até o final do ano.