A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou a palavra 'soberania' como um dos principais pilares de comunicação em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi anunciada por Donald Trump e visa encarecer as exportações do Brasil no mercado norte-americano, afetando a competitividade dos exportadores brasileiros.
Em uma publicação no Instagram, Lula afirmou que 'o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém'. A postagem, que já acumula mais de 689 mil curtidas, reflete a estratégia do governo em enfatizar a soberania nacional em meio a tensões comerciais. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, também se manifestou, afirmando que Trump tenta 'invadir a soberania do Brasil' ao defender o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A primeira-dama, Janja da Silva, também se pronunciou sobre o tema, utilizando uma analogia com vira-latas em suas redes sociais, o que gerou repercussão. Em resposta à tarifa, Lula anunciou que o Brasil adotará a Lei da Reciprocidade Econômica, que permitirá ao país responder a medidas unilaterais de tarifas impostas por outros países. A nova tarifa de 50% é um acréscimo a tarifas já existentes e foi determinada unilateralmente pelo governo dos EUA, que também abriu uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais consideradas desleais.
A carta de Trump a Lula justifica a tarifa pelo tratamento dado ao ex-presidente Bolsonaro, que o republicano afirmou respeitar 'profundamente'. Trump acusou o governo brasileiro de manter uma relação comercial 'injusta' com os EUA, o que intensifica as tensões entre os dois países em um contexto de crescente protecionismo comercial.