O governo federal brasileiro intensificou esforços desde 9 de julho para reverter as tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump sobre as importações do Brasil, que entrarão em vigor em 1º de agosto. A medida, considerada surpreendente, gerou reações negativas e levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considerar a aplicação da Lei da Reciprocidade, que permite retaliações a práticas comerciais unilaterais. O decreto foi assinado na última segunda-feira (14), em meio a um crescente conflito com os Estados Unidos.
No entanto, a postura do governo brasileiro mudou após o anúncio das tarifas. Em 10 de julho, assessores do presidente indicaram que o Brasil buscaria negociar com os EUA antes de adotar medidas retaliatórias. Desde então, diversas pastas têm se reunido com empresários dos setores mais afetados para encontrar alternativas, uma vez que o setor produtivo se opõe a ações que possam comprometer as negociações.
Na terça-feira (15), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil poderia solicitar uma prorrogação do prazo para a implementação das tarifas, caso necessário. Entretanto, a situação se complicou quando os Estados Unidos anunciaram uma investigação comercial contra o Brasil, alegando práticas desleais que afetam empresas americanas. Especialistas já alertam que a efetivação das tarifas pode resultar em perdas significativas para a balança comercial brasileira, com estimativas que variam de US$ 9,5 bilhões a US$ 16 bilhões em exportações para os EUA.