Negociadores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão se preparando para a implementação de tarifas elevadas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), com início marcado para 1º de agosto de 2025. Apesar de um acordo recente entre o Brasil e a União Europeia, a equipe do governo avalia que as chances de reversão dessa medida são escassas.
De acordo com informações apuradas pelo Poder360, membros do comitê criado por Lula para lidar com a taxação acreditam que a tarifa reduzida de 15% aplicada aos países da União Europeia pode prejudicar ainda mais a competitividade do comércio brasileiro em relação ao norte-americano, que deverá ser submetido a uma tarifa de 50%.
Entre os fatores que justificam essa disparidade, destaca-se o apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclui um pedido para que o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) seja interrompido. Essa situação política pode intensificar a pressão sobre o Brasil caso as tarifas sejam efetivamente aplicadas na data prevista.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que não haverá adiamento na implementação das tarifas, o que foi interpretado como um sinal negativo pelo governo Lula, que vê suas opções de negociação diminuírem. Além das questões políticas, os EUA justificam a medida com alegações de práticas protecionistas adotadas pelo Brasil, como barreiras burocráticas e altas taxas sobre produtos importados norte-americanos.