O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, iniciou a elaboração de uma resposta técnica à investigação aberta pelos Estados Unidos, que questiona o sistema de pagamentos Pix como uma prática comercial desleal. A análise começou na noite de terça-feira (15), após o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) formalizar o inquérito com base na Seção 301 da Lei Comercial americana de 1974, alegando que o Pix poderia prejudicar a competitividade de empresas americanas no setor financeiro digital.
Fontes do Planalto informaram que a estratégia do governo será de firmeza, evitando alarmismos e campanhas que possam gerar insegurança em relação ao uso do Pix, especialmente após boatos sobre possíveis taxações. A expectativa é que a resposta seja coordenada entre o Itamaraty, os ministérios da Fazenda, Desenvolvimento e Justiça, e o Banco Central. Uma audiência pública sobre o tema está agendada para o dia 3 de setembro, em Washington.
Integrantes do governo Lula consideram a investigação americana mais simbólica do que efetiva, avaliando que se trata de uma tentativa de diálogo sem base técnica sólida. Historicamente, das 130 investigações abertas sob a Seção 301 desde 1974, apenas uma pequena fração resultou em sanções ou retaliações comerciais. Além do Pix, o USTR também levantou questões relacionadas ao comércio eletrônico, proteção à propriedade intelectual, tarifas preferenciais e desmatamento ilegal, afirmando que essas práticas podem ser prejudiciais ao comércio dos EUA.