O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou, na segunda metade de 2025, a revisão do Bolsa Família, resultando na exclusão de 855 mil famílias do programa em julho, o maior corte mensal já registrado. O Ministério do Desenvolvimento Social justifica que a maioria dessas famílias deixou de receber o auxílio devido ao aumento de renda, embora a magnitude da redução levante questionamentos sobre a sua natureza orgânica.
Atualmente, o Bolsa Família atende 19,6 milhões de famílias, uma diminuição de 2,3 milhões em relação ao início do governo Lula. O corte em julho levou o número de beneficiários ao menor patamar desde julho de 2022, durante a administração de Jair Bolsonaro, que havia ampliado o programa antes das eleições, elevando os gastos mensais de R$ 3,7 bilhões para R$ 15 bilhões em junho de 2023.
O governo alega que a modernização do Cadastro Único e a fiscalização mais rigorosa contribuíram para a redução dos cadastros, com um cruzamento de dados mais eficiente. Desde 2023, 8,6 milhões de famílias foram excluídas do programa, mas os motivos dessas exclusões ainda não foram esclarecidos. Além disso, há indícios de irregularidades, como a presença de mais beneficiários do que domicílios em algumas cidades e a omissão de cônjuges por parte de famílias que recebem o auxílio.
Com um orçamento de R$ 158,6 bilhões para 2025, inferior ao de 2024, o governo enfrenta limitações financeiras que impactam a quantidade de famílias atendidas. O Ministério do Desenvolvimento Social afirma que cerca de um milhão de domicílios deixaram de receber o benefício em julho devido ao aumento de renda, com 536 mil famílias atingindo o prazo máximo de recebimento na Regra de Proteção.