O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou sua oposição à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi anunciada na quarta-feira (9) e gerou uma resposta imediata do Palácio do Planalto, que considera a ação como uma imposição inaceitável e sem 'racionalidade econômica'.
Em nota divulgada nas redes sociais, Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral das tarifas será contestada com base na Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada por ele em abril. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também criticou a decisão de Trump, classificando-a como uma tarifa 'insustentável' e uma medida política.
O governo brasileiro está avaliando suas opções de resposta, que incluem o fortalecimento do diálogo com autoridades norte-americanas e a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, o Brasil pode considerar a imposição de tarifas equivalentes como forma de retaliar a medida americana. No entanto, diplomatas alertam que qualquer reação deve ser cuidadosamente calibrada para minimizar danos aos interesses brasileiros.
A Lei da Reciprocidade Econômica, mencionada por Lula, permite ao Brasil adotar contramedidas em resposta a retaliações comerciais, incluindo a elevação de tarifas sobre produtos americanos e a suspensão de acordos comerciais. O governo busca um equilíbrio nas relações comerciais, que, segundo Haddad, têm sido desfavoráveis ao Brasil nos últimos anos, com um déficit de mais de R$ 400 bilhões em bens e serviços com os Estados Unidos.