O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou preocupação nesta quarta-feira (16) após uma semana do anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. A medida, comunicada por Donald Trump em uma carta endereçada a Lula no dia 9, gerou críticas, uma vez que Trump alegou uma relação comercial desfavorável, contradizendo dados que mostram que os EUA importam mais do que exportam em relação ao Brasil.
Diplomatas brasileiros relataram à GloboNews que, até o momento, não houve sinalização por parte da administração Trump para iniciar negociações formais sobre o tema. A falta de orientações claras da Casa Branca pode estar dificultando o diálogo, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o vice-presidente Geraldo Alckmin tentam estabelecer contato com autoridades americanas para discutir a situação.
Lula, em suas declarações, reafirmou a soberania do Brasil e a disposição para negociar, mas também alertou que, caso não haja um consenso, o país poderá adotar a Lei da Reciprocidade Econômica ou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). No entanto, empresários têm defendido que o Brasil priorize as negociações em vez de ações retaliatórias, enquanto a OMC é vista como incapaz de agir efetivamente neste contexto.
Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou seu descontentamento com a postura americana, classificando-a como uma "intromissão indevida". Essa declaração marca a primeira manifestação pública da chancelaria sobre o assunto, destacando a necessidade de respeito às relações bilaterais entre os dois países.