A três dias da implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo do Brasil, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenta excluir itens estratégicos da lista, incluindo alimentos e aeronaves da Embraer. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, está em contato com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para preservar esses setores, que são fundamentais para a pauta exportadora brasileira.
O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja, com 42% de sua produção destinada ao mercado norte-americano. No setor de café, os EUA adquiriram 2,87 milhões de sacas brasileiras entre janeiro e maio de 2023, representando 17,1% das exportações do produto. Apesar das frequentes negociações, as conversas entre os dois países não avançaram, e Lula já expressou frustração com a falta de diálogo efetivo por parte dos americanos.
Uma comitiva de oito senadores brasileiros, liderada por Jaques Wagner, está em Washington para tentar sensibilizar autoridades e empresários sobre a situação. Enquanto isso, o chanceler Mauro Vieira participa de um evento da ONU em Nova York, sem confirmação de encontros com representantes do governo Trump. Lutnick afirmou que a implementação das tarifas não será adiada, aumentando a pressão sobre o governo brasileiro.
Além das tarifas, os Estados Unidos demonstraram interesse em negociar acesso a minerais críticos brasileiros, como lítio e nióbio. O encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, se reuniu com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para discutir esses recursos. O governo brasileiro, por sua vez, já elaborou um plano de contingência para proteger empresas exportadoras caso a tarifa seja aplicada, que aguarda a aprovação de Lula.